Notícia
Trabalhos do INPE marcam presença no Museu Paulista
São José dos Campos-SP, 11 de março de 2005
O trabalho do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, está presente também na área cultural. Prova disso é a participação do Instituto na exposição "Cartografia de uma história. São Paulo Colonial: mapas e relatos", que tem início nesta sexta-feira, dia 11 de março, no Museu Paulista, em São Paulo.
Trata-se de uma cooperação com a Cátedra Jaime Cortesão, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), onde novas formas de leitura e de interpretação de fatos históricos são estudadas.
A contribuição do INPE foi mostrar a evolução da consolidação do território paulista, através de imagens de satélites cartograficamente corrigidas: desde o Tratado de Tordesilhas, passando pelo Trado de Madrid, as Bandeiras, os tropeiros até a Independência, em 1822, quando o estado de São Paulo fixou sua dimensão atual. Foi possível fazer uma leitura mais pictórica que as dos mapas antigos, apresentando uma abordagem mais científica e muito mais precisa.
Para isso, foram usadas imagens mais sinóticas da Plataforma Terra (Sensor MODIS) e do Sensor WFI-CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), aliadas a imagens de alta resolução da Câmara CCD-CBERS e do TM-5 Landsat. O servidor do INPE, Joaquim Godoy, cuidou de toda a produção cartográfica digital, que contou com o apoio da empresa Book Image para viabilização financeira da atividade. A coordenação desse trabalho foi do tecnologista do INPE Paulo Roberto Martini.
Além de abordar o processo de ocupação territorial e definição das fronteiras, a exposição mostra as formas de representação cartográfica, relacionando a atuação da administração portuguesa - principalmente após 1750 -, com as transformações científicas que possibilitaram o incremento da cartografia. Mapas e relatos descrevem os limites da capitania de São Paulo, em sua conexão com a definição do território brasileiro, de forma a colocar à disposição do público, em perspectiva educativa, a produção cartográfica tomada como fonte para a História e não como preciosidade museológica.
A exposição é produto de ampla pesquisa e debate de especialistas do Brasil e do exterior e conta com a coordenação geral da Profa. Dra. Vera Lucia Amaral Ferlini - presidente da Comissão Gestora da Cátedra Jaime Cortesão -, curadoria científica das Profas. Dras. Iris Kantor e Beatriz Siqueira Bueno, projeto museológico de Ricardo Bogus, projeto musical de Anna Kieffer e vídeo educativo de equipe da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP).
O Museu Paulista fica no Parque do Ipiranga, s/n, Ipiranga, São Paulo, e abre de terça a domingo, das 9h às 16h. Os ingressos custam R$ 2,00 e a entrada é gratuita no terceiro domingo de cada mês e para menores de 5 anos e maiores de 60 anos.
Mais informações no site www.mp.usp.br ou pelo telefone (11) 6165-8026.
A primeira imagem mostra o traçados das fronteiras a partir do Tratado de Madrid de 1750.
A segunda apresenta a idéia do mito Ilha Brasil que os nativos transmitiram aos colonizadores europeus.
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