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Alertas do DETER estimam 1.824 km² de corte raso na Amazônia entre maio e julho

por INPE
Publicado: Ago 31, 2015
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São José dos Campos-SP, 31 de agosto de 2015

Imagem Alertas do DETER estimam 1.824 km² de corte raso na Amazônia entre maio e julho

Durante o trimestre de maio, junho e julho, os alertas de alteração na cobertura florestal por corte raso e degradação na Amazônia somaram 2.356 km². Deste total, estima-se que 1.824 km² são de áreas de desmatamento por corte raso e 469 km² correspondem à degradação florestal, além de 63 km2 de desmatamentos não confirmados, conforme registro do DETER, o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

As distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a seguir.
 

 

DETER(*)
Mai (km2)

Nuvens
Mai (%)

DETER(*)
Jun (Km2)

Nuvens
Jun (%)

DETER(*)
Jul (km2)

Nuvens
Jul (%)

Acre

-

84%

13,36

12

35,45

2

Amazonas

61,82

81

197,47

19

125,39

12

Maranhão

3,89

36

22,04

14

7,12

15

Mato Grosso

360,00

2

162,59

0

115,78

0

Pará

93,05

58

283,79

30

472,41

19

Rondônia

58,50

6

170,49

0

149,89

0

Roraima

-

99

-

70

2,59

59

Tocantins

10,91

0

4,89

0

4,94

0

TOTAL

588,17

52

854,63

20

913,57

14

(*) Soma das áreas de alerta de corte raso, degradação florestal e falsos positivos


Baseado em dados de satélites de resolução moderada (250 m), o DETER é uma ferramenta de suporte à fiscalização de desmatamento e demais alterações na cobertura florestal ilegais, prioritariamente orientado para as necessidades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). As imagens são analisadas e em prazo de até cinco dias após a passagem do satélite mapas de Alertas de alteração na cobertura florestal são enviados ao IBAMA. Os alertas podem se referir indistintamente ao desmatamento propriamente dito, quando há a remoção drástica da cobertura florestal por corte raso, e também a eventos de degradação florestal, que podem ser exploração madeireira por corte seletivo, preparação da área para o corte raso, localmente denominada brocagem, ou cicatrizes de incêndio florestal.

Os resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos Alertas emitidos pelo DETER.
 


Mapa de alertas de maio, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de 52% da Amazônia


Mapa de alertas de junho, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de 20% da Amazônia


Mapa de alertas de julho, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de 14% da Amazônia



Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.

Corte raso e degradação florestal Uma validação dos dados do DETER é realizada regularmente pelo INPE desde 2008 e, como resultado, obtém-se uma estimativa amostral da proporção de áreas de corte raso, de degradação florestal e de falsos positivos.

A tabela a seguir detalha os resultados da validação no trimestre para toda Amazônia Legal com o percentual de Corte raso, Degradação e Falsos positivos.
 

 

No. pols

Área avaliada
(Km2 , %)

Corte raso
(%)

Degradação  (%)

Falso positivo
 (%)

Maio

385 (77%)

482 (82%)

70

28

2

Junho

816 (74%)

667 (78%)

78

20

2

Junho

1043 (70%)

 666 (73%)

82

15

3



A tabela a seguir detalha as estimativas das áreas de Corte raso, Degradação e Falsos positivos calculados a partir dos resultados da validação no trimestre para toda Amazônia Legal.
 

Classe

Maio

Junho

Julho

Total

Corte Raso

411

667

746

1824

Degradação

164

170

135

469

Falso positivo

14

18

32

63

Soma

588

855

914

2356



A fatoração da área de alerta em corte raso e em degradação florestal atende a uma solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado em novembro de 2014 entre as duas instituições. A fatoração poderá ser aplicada toda vez que houver dados de satélites de alta resolução (20-30 m) disponíveis no mês em questão e com baixa cobertura de nuvens em quantidade suficiente para cobrir ao menos 30% dos eventos de alertas e 30% de sua área total.

Conforme o ACT firmado, a divulgação do DETER é referente a um trimestre, realizada no fim do mês seguinte ao término do trimestre e, além dos relatórios de dados (1) e de validação (2), o INPE divulga mapas da distribuição espacial das ocorrências de alertas de cada mês deste trimestre agregados em células de 50 km X 50km (3) e o mapa com os polígonos de alertas do trimestre anterior (4). O INPE também fornece uma interface gráfica para a visualização dos dados do DETER e outras informações pertinentes sobre as alterações da cobertura florestal na Amazônia (5).

(1) http://www.obt.inpe.br/deter/nuvens.php
(2) http://www.obt.inpe.br/deter/avaliacao/?M=D/
(3) http://www.obt.inpe.br/deter/dados/grade/?M=D/
(4) http://www.obt.inpe.br/deter/dados/
(5) http://www.obt.inpe.br/deter/indexdeter.php

Sistema DETER

Realizado pela Coordenação de Observação da Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita.

O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens.

Os alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de desmatamento e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade limitada pela resolução do satélite, que permite representação acurada de área apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.

Por isso, o INPE não recomenda que os dados de área de alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da intensidade de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de desmatamento anual em km2 medida pelo PRODES.

A menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas com evidência de degradação decorrente de extração de madeira, preparação para desmatamento (brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser parte do processo de desmatamento na região.

Todos os dados e informações estão disponíveis na página do sistema DETER: www.obt.inpe.br/deter


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