Notícia
Palestra vai analisar relâmpagos no Sudeste do Brasil
São José dos Campos-SP, 23 de agosto de 2005
O seminário "Análise das Características dos Relâmpagos na Região Sudeste do Brasil" será realizado nesta quarta-feira (24), às 15 horas, na sala A da Rotunda, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Promovido pela Pós-Graduação em Geofísica Espacial, a palestra apresentará os resultados mais recentes da pesquisa de relâmpagos no Brasil utilizando dados de uma rede de detecção de raios.
O palestrante Kleber P. Naccarato é engenheiro eletrônico com ênfase em Computação, formado pela USP/São Carlos. Concluiu doutorado no DGE/CEA na área de Eletricidade Atmosférica (grupo ELAT), trabalhando com sistemas de detecção de raios de larga escala. Atualmente, participa de um projeto da FAPESP para integração dos dados da RINDAT (sistema de detecção na faixa de LF) com redes VLF, VHF e dados de raios medidos por satélite (NASA / TRMM / LIS) visando ampliar os estudos climatológicos de raios para todo país.
Com a RINDAT em operação (Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas), foi possível realizar, pela primeira vez, um estudo climatológico dos raios na região Sudeste do Brasil com base em seis anos de dados completos e contínuos (1999-2004). Foi necessário também o desenvolvimento de um modelo de eficiência de detecção (MED) visando compensar as alterações na rede de sensores ao longo dos anos. No seminário será apresentada a distribuição espacial da atividade de raios e sua relação com a topografia e com os sistemas meteorológicos na região Sudeste e no Sul do país, bem como características temporais bastante particulares da atividade dos raios, de sua intensidade de corrente de pico e multiplicidade.
Utilizando dados de poluição e de parâmetros meteorológicos medidos pela CETESB na região metropolitana de SP (RMSP), foram levantados quais fatores (poluição ou termodinâmica) poderiam estar atuando mais efetivamente nas alterações da atividade local de raios. Com isso, propôs-se a Teoria do Efeito Urbano, a qual integra os efeitos da poluição e da termodinâmica, estabelecendo que a poluição não atua diretamente nas nuvens de tempestades, mas sim na própria termodinâmica e essa, por sua vez, alteraria o padrão das tempestades, gerando então o efeito observado na RMSP. A Teoria do Efeito Urbano será apresentada no seminário desta quarta-feira.
© Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.