Notícia
Comissão européia conhece Laboratório de Plasma do INPE
São José dos Campos-SP, 16 de novembro de 2005
Uma delegação da Comissão Européia de Energia Atômica (EURATOM) está no país para estudar uma possível participação brasileira no projeto ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor), equipamento do tipo tokamak para gerar energia por fusão termonuclear controlada. Nesta quarta-feira (16/11), os cientistas europeus conheceram o Laboratório Associado de Plasma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, pioneiro no desenvolvimento de um tokamak com geometria esférica.
Em tempos de busca por recursos limpos e renováveis, a geração de energia por fusão pode ser a saída para muitos países. A fusão nuclear gera energia abundante sem poluir o meio ambiente, usando como combustível uma fonte quase inesgotável - isótopos de hidrogênio. Daí a importância da participação do Brasil no projeto experimental do reator termonuclear.
Composta pelos doutores Pascal Lalia, Carlos Varandas, Roberto Andreani e Umberto Finzi, a delegação européia está sendo acompanhada no Brasil pelo professor Ricardo Galvão, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF, em visita aos órgãos nacionais de pesquisa no campo da energia nuclear.
O ITER é um tokamak, máquina para confinamento magnético de plasma, onde pela primeira vez espera-se produzir energia por fusão com um fator pelo menos 10 vezes maior do que energia necessária para produzir e confinar o plasma. Os tokamaks que atualmente existem no mundo, como o do INPE, são menores e mais limitados do que o ITER. Quando em operação, possivelmente daqui a 10 anos, o experimento do reator termonuclear internacional (ITER) terá propiciado aos países participantes do projeto o domínio desta importante tecnologia de geração de energia.
"Podemos comparar um tokamak com o Sol. As temperaturas elevadas propiciam a fusão dos átomos de hidrogênio, gerando hélio e liberando energia. É a mesma reação de fusão feita pelo Sol", explica o pesquisador Edson Del Bosco, do Laboratório de Plasma do INPE.
Com custo total estimado em US$ 6 bilhões, o ITER está sendo conduzido desde a década de 90 pelos países da União Européia, Estados Unidos, Japão e Rússia, e mais recentemente com a participação da China e da Coréia do Sul. A Índia também deverá se juntar aos países financiadores do reator experimental. Se o Brasil vier a fazer parte do projeto, será uma cooperação no âmbito técnico-científico. O país não investirá recursos financeiros, mas fornecerá pessoal qualificado para participar das pesquisas do grande tokamak, que será construído na França.
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