Notícia
Imagens de satélite são geradas a cada 15 minutos para a América do Sul
São José dos Campos-SP, 07 de março de 2007
NOAA coloca o satélite GOES-10 à disposição de países da América do Sul. Aumento substancial de imagens e dados irá melhorar o monitoramento e as previsões de tempo.
O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do INPE, começa neste mês de março a gerar imagens da América do Sul a cada 15 minutos, duplicando a capacidade anterior. Também irá fornecer a cada duas horas perfis de temperatura e umidade da atmosfera, informações fundamentais à previsão de tempo e que eram antes obtidas duas vezes por dia.
Este aumento significativo de dados e imagens de meteorologia foi possível graças ao acesso integral do INPE ao satélite GOES-10, controlado pela NOAA (Administração Nacional do Oceano e Atmosfera), dos Estados Unidos. As imagens já estão disponíveis na webpage do CPTEC/INPE: http://satelite.cptec.inpe.br/.
Além deste satélite, a NOAA oferece os serviços do GOES-12, que atende também à meteorologia dos Estados Unidos. Segundo o chefe da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA) do CPTEC, Luiz Augusto Machado, a maior freqüência na cobertura de imagens e obtenção de dados irá resultar numa melhoria significativa do monitoramento meteorológico e ambiental e também da previsão de tempo e clima do continente.
Até há pouco tempo, a regularidade da cobertura de imagens da América do Sul ficava comprometida quando um furacão surgia no Atlântico Norte. Nestas ocasiões, a meteorologia norte-americana colocava toda a sua capacidade de monitoramento na cobertura do evento. Com isso, o satélite que também dava cobertura à América do Sul passava a monitorar prioritariamente o fenômeno, deixando o continente em segundo plano.
Para contornar a falta de imagens da América do Sul nestes episódios, negociações foram iniciadas em 2004 entre especialistas do INPE, do Ministério da Ciência e Tecnologia, e da NOAA. No ano passado, a instituição norte-americana concedeu integralmente os serviços do satélite GOES-10, que ficaria fora de uso pelos Estados Unidos, mas ainda extremamente útil aos países sul-americanos.
As negociações foram acompanhadas pelos serviços meteorológicos de outros países do continente e conduzidas no âmbito do GEOSS (Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra), através do qual instituições de pesquisa do mundo inteiro buscam ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta.
A NOAA encerrou no final do ano passado a manobra do GOES-10 transferindo-o da órbita 135º Oeste para a 60º Oeste. Após os ajustes necessários, o satélite entrou em operação neste mês com posicionamento orbital e condições privilegiadas, nunca antes obtidos, na cobertura da América do Sul. O GOES-10 continua a ser operado pela NOAA, mas uma comissão de especialistas das instituições usuárias irá administrar a coleta e distribuição de dados e imagens.
Além destes ganhos, Machado destaca a maior regularidade na cobertura da América do Sul. Somente problemas nos atuais satélites que monitoram os Estados Unidos poderão tirar o GOES-10 da atual órbita, afirma. Segundo o especialista, o satélite poderá funcionar por mais quatro anos. Depois disso, há possibilidades de o GOES-11 substituir o GOES-10 na cobertura da América do Sul.
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